26 de abril de 2012

Realização (de quinta).



Olha pra esse pontinho. Olhe novamente. É aqui. Esse é nosso lar. Somos nós. Nele, todos que você ama, conhece, qualquer pessoa de quem já ouviu falar, onde todos os seres humanos que já existiram viveram suas vidas. O conjunto de nossas alegrias e sofrimentos, milhares de religiões confiantes, ideologias e doutrinas econômicas, todo caçador e caça, todo herói e covarde, todo criador e destruidor da civilização, gentil e rude, todo jovem casal apaixonado, cada mãe e pai, criança esperançosa, inventor e explorador, todo professor de moral, todos os políticos corruptos, toda "superstar", cada "líder supremo", todo santo e pecador na história da nossa espécie viveu aí, nesse monte de poeira suspenso em raios solares. – Carl Sagan.
Texto em tradução livre por mim. 

Existe muito mais sobre a vida do que podemos imaginar, a realização de quinta em si é a de perceber que o universo é muito grande pra ficarmos presos em idéias pré-concebidas por sabe-se-quem. E não estou me referindo exclusivamente à ciência, mas também as relações pessoais que construímos com aqueles que, como nós, vivem nesse planeta minúsculo. E não é porque o planeta é pequeno que nossas mentes também devem ser. Viva a igualdade e ponto.

p.s: Esse post pode ou não ter haver com o debate de sistemas de cotas que andam estampando os jornais. Pra quê prender-me em um único 'ponto seguido' se o parágrafo inteiro é mais complicado?

6 comments:

  1. Eu me sinto muito insignificantemente diante de toda essa imensidão. E parte da minha angustia diária é por conta de pensamentos como "o mundo é tão grande, as pessoas são tão grandes e eu sou apenas esse pequeno pedaço de nada" ou "as mais de 7 bilhões de pessoas são muito melhores do que eu, porque continuo insistindo?".
    Eu realmente não gosto de pensar sobre isso. Eu fico muito triste, muito mesmo. Quando eu ia ao psicologo era mais fácil aceitar as coisas, mas eu decidi não ir mais porque, apesar de tudo, eu acredito na minha capacidade de conseguir as coisas. Bom, isso vai muito além.
    Seria mais comodo viver no meu 'mundo', mas eu não posso ficar nele pra sempre. ):
    Puxa, isso é um assunto muito complexo, vai muito além do fato de ficar preso a ideias pré-concebidas por sabe-se-quem. O planeta é muito pequeno mesmo, mas eu não consigo achar que posso ser maior.

    P.S.: acho que meu comentário é mais um desabafo pelas coisas implícitas no seu post que, por sinal, ficou muito bem mesmo do que pelo que está explicito. Levei o assunto para onde não deveria.

    Abracinhos, Honey. >u<

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  2. @ Honey: Obrigado pelo comentário Honey, e eu entendo bem como você se sente. Já me senti assim e quebrar tais barreiras é muito complicado. Eu ainda não cheguei lá, mas é um passo de cada vez... né? O legal de ter um blog é que as pessoas podem interpretar os posts através daquilo que elas já viveram, as vezes as coisas implícitas são muito mais importantes do que as outras, por isso estão escondidas. ;)

    Um beijo!

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  3. Ah, mas lendo o seu texto e o comentário da Honey, tenho que dizer que é justamente isso que me fascina. É por isso que faço questão de olhar as estrelas todas as noites: ser esse pontinho miúdo diz que somos todos muito pequenos - e por isso somos todos grandes, nos igualamos em tamanho, em capacidade.
    Os nossos problemas não inexistentes diante do tamanho do universo. As estrelas estão aí sempre pra lembrar-nos de que os limites foram criados por nós, de que essas sete bilhões de pessoas desenvolveram seus próprios conceitos, pré-conceitos e preconceitos, mas que nenhum deles é definitivo, porque elas não sabem de nada! A gente não sabe de nada. Nós não somos é nada diante do todo, e somos TUDO porque somos parte dele - e cada pedacinho importa.

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  4. Gostei do texto, às vezes quando tenho um problema ou fico chateada com alguma coisa tento ver o quão pequeno é aquilo diante de tudo isso que nos rodeia. Tento ver como se estivesse de fora da Terra e tudo parece menor. E com certeza tem muito mais coisa por aí que a gente nem imagina!

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  5. Olá Ed! Quanto tempo, não?

    Ao ler seu post lembrei das minhas aulas de astronomia e das várias oportunidades que tive de observar a lua, Saturno e Júpiter. Não só eu, mas todos que estiveram presente possuíam a mesma expressão: extasia! Olhares de encantamento, não só pela imagem vista pelas lentes daquele telescópio, mas também pela beleza e grandeza dos astros, do universo. Durante um ano tive um contato muito próximo com a ciência que os estuda. Já temos pré-concebido em nossas mentes, o quanto tudo lá fora, lá em cima é grande. Como já foi comentado aqui, sobre a nossa "pequênez" diante a exuberância do todo, também penso assim, mas depois que estudei um pouco sobre tudo isso, vi tudo com mais clareza e com mais beleza. Sou fascinada pelo "mundo lá de cima" e pelo quanto e como o daqui de baixo sofre influência dele, além de nos mostrar que existe muito mais do que pensamos.
    Ficarmos presos entre pesamentos pequenos, coisas insignificantes só nos diminuem ainda mais comparado a tudo isso que temos aqui e lá fora, ao todo! Mas se abrirmos as nossas mentes, veremos quão grandes podemos ser!

    Beijos,
    Ju.

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julho agridoce

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